O cidade Invisível II, mostra um pouca da vida noturna, das calçadas e avenidas da Cidade Baixa...
quinta-feira, 6 de agosto de 2009
quinta-feira, 30 de julho de 2009
Em breve Cidade Invisível - Cidade Baixa!
Cidade Invisível. Toda terça-feira na TV Pampa!
O próximo Cidade Invisível vai a Cidade Baixa. Bairro da boêmia porto-alegrense. E apresenta os integrantes do Boca de Rua – Adriano, Michele, Tiago, Alexandre e Marcos Vinicius.
Conheça um pouco de suas vidas. O frio. A fome. A luta. Daqueles que não tem onde morar.
O resgate da palavra através de um jornal, produzido por eles, texto, fotos, ilustrações, distribuição e comercialização.
E os depoimentos da jornalista Rosina Duarte. Coordenadora do projeto. Que faz da comunicação ferramenta de luta. E subverte a cada edição a ordem de valores desse mundo - beleza e feiúra, miséria e ostentação. Num infinito contraste. Sagrado. Profano.
Não percam o próximo Cidade Invisível. Dia 4 de agosto na Tv Pampa!
O próximo Cidade Invisível vai a Cidade Baixa. Bairro da boêmia porto-alegrense. E apresenta os integrantes do Boca de Rua – Adriano, Michele, Tiago, Alexandre e Marcos Vinicius.
Conheça um pouco de suas vidas. O frio. A fome. A luta. Daqueles que não tem onde morar.
O resgate da palavra através de um jornal, produzido por eles, texto, fotos, ilustrações, distribuição e comercialização.
E os depoimentos da jornalista Rosina Duarte. Coordenadora do projeto. Que faz da comunicação ferramenta de luta. E subverte a cada edição a ordem de valores desse mundo - beleza e feiúra, miséria e ostentação. Num infinito contraste. Sagrado. Profano.
Não percam o próximo Cidade Invisível. Dia 4 de agosto na Tv Pampa!
quinta-feira, 23 de julho de 2009
Trabalho em equipe!
Não posso deixar de falar do trabalho dos meus colegas, que dedicam seu conhecimento para que o quadro Cidade Invisível, tenha beleza e qualidade.
Agradeço muito:
À Viviane Pedro e Renato Brasil pela liberdade que me concedem para criar o roteiro e escolher as pautas;
À Alexandre Medeiros pela captação das imagens;
E à Stephanie Perrone pela qualidade da edição.
Grande abraço!
Agradeço muito:
À Viviane Pedro e Renato Brasil pela liberdade que me concedem para criar o roteiro e escolher as pautas;
À Alexandre Medeiros pela captação das imagens;
E à Stephanie Perrone pela qualidade da edição.
Grande abraço!
sexta-feira, 17 de julho de 2009
Cidade Invisível - Centro
Cidade Invisível é um quadro do programa, Algo Mais. Apresentado por Viviane Pedro, de segunda à sexta às 17 horas na TV Pampa. A cada semana a repórter Aline Torres leva os telespectadores a um bairro de Porto Alegre. Para que cada canto da cidade seja redescoberto por um novo olhar...
... A cidade em mim
por Aline Torres
Nasce do asfalto, a cidade invisível, do calor da brita quente, dos passos, velozes, confusos, mecânicos, gestos avulsos, pressa e compulsão, crimes de classe, cor, credo, poucas existências e destinos incompletos, nudez de amor, e a força das coisas, maior que a força dos homens, corpo atrás de corpo, e à frente e aos lados, fome e cobiça e o ponteiro controlador, e os vigilantes de pensamentos, da carne, do sangue, da economia nacional, do sal das prateleiras, das árvores podadas, das consciências sujas e gritos silenciosos, da paz, do prazer, da proporção da cidade, da vida que começa e recomeça, e a cada canto de passarinho, bater de asas de beija-flor, beijo de namorada é outra.
Essa cidade, vista por muitos com desdém, com descrédito, desestimulada, sempre foi vista pela menina sonhadora; com medo da marcha cinza, com medo que suas asas, pequenas demais pra voar, fossem esmagadas; como possibilidade de construção e troca de conhecimento, para transformar um pouco de si e do mundo, por que essa cidade, sentida, muitas vezes, nas suas entranhas, não é feita de tijolos, de paredes, de cimento. É em todos os instantes a vida, que jorra forte ou distraída.
E que não esquecendo que somos homens, e antes disso somos seres terrestres, devemos trabalhar para melhoria da humanidade e das nossas relações, baseados nos princípios éticos de estímulo à cidadania, e esclarecimentos de interesse público, e que para isso sobre nenhuma hipótese devemos nos converter em máquinas. A de se exercitar a compreensão, para observar as alterações de ciclos, dos processos históricos, das formações culturais, da imensa e rica singularidade dentro da diversidade, para lidar com assuntos sem arrancá-los de suas bases, para ligar arquipélagos longínquos, e ilhas vizinhas. Para refletir sobre os antagonismos e as outras tantas incertezas que compõem a profissão, como a figura de Exu do candomblé, deus e diabo ao mesmo tempo, provedor do bem e do mal, da mistura interminável entre céu e inferno.
Assim o jornalismo, árvore enraizada na interação social, no contato entre os homens, nos vínculos inseparáveis, miséria e ostentação, morte e renascimento e vida e decadência e vida após a morte e morte em vida, na metamorfose do ser terráqueo, morador de um pequeno sol periférico da Via Láctea, galáxia perdida e à deriva, têm no paladar, o gosto pelo mel amargo, seiva bruta da realidade, coberta de medos, mercadorias, mesquinharias, maledicências, mentiras.
E então há árvores que secam, troncos sem vida, espalham suas folhas sem sumo, sem alma, impressas, no mercado das vaidades e do lucro. Sua nova cara traz aparente satisfação, estampam vasos de cerâmica em prédios luxuosos, recebem melindrosos elogios, são admiradas e reproduzidas. Mas não percebem o essencial, deixaram de ser, porque não sendo árvores não são mais nada.
E há árvores mirradinhas, que parecem que caem com brisa, mas que possuem no verde da casca, na curva das folhas, na terra mãe que as alimentam, a vontade de servir bons frutos, que unam e esclareçam e engrandeçam e despertem àqueles que provarem de sua polpa. E como esse é trabalho de anos, talvez de séculos, e as árvores são sábias, ou deveriam ser, não tardam para iniciar. Essa é primavera!
As cidades nascem do asfalto. Nascem da mente do mineiro. De Itabira. Nascem quando queda o muro. De Berlim. Nascem quando pára o tanque. De Pequim. Nascem quando o negro governa a branca casa. Quando correm, pés desnudos, o menino, que grita de dor, com sua imensa boca de palhaço. E a menina com brasas queimando o corpo. Circo do horror - Vietnã. Nascem quando o vaqueiro texano, arma forcas, rouba vidas. Em busca das lágrimas pretas da terra. Nascem quando a lua é pisada, pelo homem. Quando o fruto- do- mar vira presidente. Nascem a cada instante, do mundo que cresce, dos amanhãs e agora, das milhares de pragas, das tempestades de fúria e amor, das carícias secretas, lucidez e frio, das fases da lua, dos olhos no escuro, da calma e do medo.Do sonho. Do ser.
... A cidade em mim
por Aline Torres
Nasce do asfalto, a cidade invisível, do calor da brita quente, dos passos, velozes, confusos, mecânicos, gestos avulsos, pressa e compulsão, crimes de classe, cor, credo, poucas existências e destinos incompletos, nudez de amor, e a força das coisas, maior que a força dos homens, corpo atrás de corpo, e à frente e aos lados, fome e cobiça e o ponteiro controlador, e os vigilantes de pensamentos, da carne, do sangue, da economia nacional, do sal das prateleiras, das árvores podadas, das consciências sujas e gritos silenciosos, da paz, do prazer, da proporção da cidade, da vida que começa e recomeça, e a cada canto de passarinho, bater de asas de beija-flor, beijo de namorada é outra.
Essa cidade, vista por muitos com desdém, com descrédito, desestimulada, sempre foi vista pela menina sonhadora; com medo da marcha cinza, com medo que suas asas, pequenas demais pra voar, fossem esmagadas; como possibilidade de construção e troca de conhecimento, para transformar um pouco de si e do mundo, por que essa cidade, sentida, muitas vezes, nas suas entranhas, não é feita de tijolos, de paredes, de cimento. É em todos os instantes a vida, que jorra forte ou distraída.
E que não esquecendo que somos homens, e antes disso somos seres terrestres, devemos trabalhar para melhoria da humanidade e das nossas relações, baseados nos princípios éticos de estímulo à cidadania, e esclarecimentos de interesse público, e que para isso sobre nenhuma hipótese devemos nos converter em máquinas. A de se exercitar a compreensão, para observar as alterações de ciclos, dos processos históricos, das formações culturais, da imensa e rica singularidade dentro da diversidade, para lidar com assuntos sem arrancá-los de suas bases, para ligar arquipélagos longínquos, e ilhas vizinhas. Para refletir sobre os antagonismos e as outras tantas incertezas que compõem a profissão, como a figura de Exu do candomblé, deus e diabo ao mesmo tempo, provedor do bem e do mal, da mistura interminável entre céu e inferno.
Assim o jornalismo, árvore enraizada na interação social, no contato entre os homens, nos vínculos inseparáveis, miséria e ostentação, morte e renascimento e vida e decadência e vida após a morte e morte em vida, na metamorfose do ser terráqueo, morador de um pequeno sol periférico da Via Láctea, galáxia perdida e à deriva, têm no paladar, o gosto pelo mel amargo, seiva bruta da realidade, coberta de medos, mercadorias, mesquinharias, maledicências, mentiras.
E então há árvores que secam, troncos sem vida, espalham suas folhas sem sumo, sem alma, impressas, no mercado das vaidades e do lucro. Sua nova cara traz aparente satisfação, estampam vasos de cerâmica em prédios luxuosos, recebem melindrosos elogios, são admiradas e reproduzidas. Mas não percebem o essencial, deixaram de ser, porque não sendo árvores não são mais nada.
E há árvores mirradinhas, que parecem que caem com brisa, mas que possuem no verde da casca, na curva das folhas, na terra mãe que as alimentam, a vontade de servir bons frutos, que unam e esclareçam e engrandeçam e despertem àqueles que provarem de sua polpa. E como esse é trabalho de anos, talvez de séculos, e as árvores são sábias, ou deveriam ser, não tardam para iniciar. Essa é primavera!
As cidades nascem do asfalto. Nascem da mente do mineiro. De Itabira. Nascem quando queda o muro. De Berlim. Nascem quando pára o tanque. De Pequim. Nascem quando o negro governa a branca casa. Quando correm, pés desnudos, o menino, que grita de dor, com sua imensa boca de palhaço. E a menina com brasas queimando o corpo. Circo do horror - Vietnã. Nascem quando o vaqueiro texano, arma forcas, rouba vidas. Em busca das lágrimas pretas da terra. Nascem quando a lua é pisada, pelo homem. Quando o fruto- do- mar vira presidente. Nascem a cada instante, do mundo que cresce, dos amanhãs e agora, das milhares de pragas, das tempestades de fúria e amor, das carícias secretas, lucidez e frio, das fases da lua, dos olhos no escuro, da calma e do medo.Do sonho. Do ser.
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